quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Feliz Por Nada

(Para ler ouvindo Adele, a melodia é linda)

Confesso que estava errada e que meus dois braços pequenininhos não conseguem mesmo abraçar o mundo. Confesso que não sou auto-suficiente e tem dias que eu tenho medo. Muito medo. Medo do que ainda há de vir e do que eu quero que venha e talvez não aconteça. Tenho medo de parar de querer coisas.
E encarar nossas limitações é a melhor maneira de superá-las...
Confesso que estar feliz por nada é maravilhoso e que me sinto hoje assim! Talvez pela chuvinha gostosa que me acordou de madrugada com o ventinho no quarto e esse tempo nublado me fizeram parar e agradecer. Por Tudo e talvez por Nada.
Confesso também que não me lembrava mais como é bom ter encontros inusitados, gentilezas de graça, encantamentos entre duas pessoas que nunca se viram antes. E foi assim mesmo. Ele me carregou no colo literalmente... Ele me ajudou...
Confesso que não sabia que pessoas esperam dias, semanas, meses para dizer a outra o quanto a admira, a quer bem, que é interessante. E foi assim mesmo.
Confesso que há muito tempo atrás disseram para mim que tem mais alegria, dar do que receber. Dar o seu tempo, um sorriso, um abraço acolhedor, uma idéia, um incentivo, uma palavra amiga, um sim!
Confesso que somos nós mesmos que escrevemos nossa história...
Queria confessar tantas outras "coisas". Mas sobretudo quero confessar que hoje estou Feliz Por Nada!

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Recomeços


Já que a semana está em branco e um novo dia sorri, vamos escrever a vida. Sem medo. Sem aquela expectativa surreal de ter-que-fazer-perfeito. Sem aquela cobrança de fazer tudo o que queremos (e não o que precisamos).

Que tal pararmos de pular a primeira página pra treinar a letra ideal? Vamos escrever do jeito que for, afinando e desafinando, errando e acertando e - sempre - amando e aceitando o melhor e o pior que existe em nós. Afinal, cada dia é um novo ano. E a gente merece ser feliz e recomeçar sempre.



(Quantas vezes for preciso).

domingo, 9 de outubro de 2011

Para quem você liga?

O telefone tocou logo cedo. Era a namorada, chorando. Tivera uma noite de sono ruim, chegara ao trabalho cansada e dera de cara com um problema sério, que parecia insolúvel. Bateu o desespero e ela ligou. Conversamos. Não havia o que fazer além de se acalmar e tentar resolver o caso. Disse isso a ela, juntei umas palavras de carinho e a ligação terminou de forma tranquila, uns minutos depois. Ela só precisava desabafar.
O significado dessa história cotidiana me parece da maior importância: é essencial ter alguém para quem ligar quando estamos aflitos, tristes ou perdidos. É fundamental ter com quem falar quando o mundo a nossa volta desmorona ou parece hostil e desanimador. Mesmo quando estamos felizes diante de uma notícia inesperada, ou de algo por muito tempo aguardado, temos necessidade de falar, contar, dividir. Para quem você liga nessas horas?
Nós damos uma importância enorme – e merecida – ao erotismo e ao romantismo nas nossas relações. Essas coisas são mesmo essenciais. Mas há outro componente na vida dos casais, igualmente fundamental, para o qual a gente nem sempre dá o devido valor. É a função de conforto e aconchego que o outro tem na nossa vida. É a proteção, ainda que subjetiva, que ela ou ele nos oferece. Quem ocupa essa posição detém uma das chaves da nossa existência. A pessoa para quem a gente faz a primeira ligação é uma pessoa essencial.
Faz algum tempo, uma amiga minha foi assaltada na porta da casa dela. A experiência foi assustadora, claro. Ela entrou no prédio apavorada, abriu a porta do apartamento chorando e correu para o telefone. Mas, em vez de ligar para o namorado, ligou para um colega do trabalho. Não foi pensado. Foi um impulso. Ela chamou a pessoa que ela gostaria de abraçar, a pessoa de quem precisava naquele momento. Só depois, quando a conversa com o colega acabou, ela se lembrou de ligar para o namorado. “O que isso significa sobre a minha relação com esses dois homens?”, ela me perguntou, uns dias depois. Eu achei que nem precisava responder. Significa, não?
Os telefonemas que a gente faz na hora do perrengue são reveladores. Eles exibem nossas conexões profundas, até mesmo as lealdades inconfessáveis. Se você acabou uma relação, mas ainda gosta da mulher, vai perceber um minuto depois de bater o carro. É para ela que você vai ter vontade de ligar. Se você conseguiu um tremendo emprego, não vai contar para o bonitão que conheceu no bar na semana passada. Vai ter vontade de ligar para o sujeito que sabe como isso é importante para você. E quando a gente bebe e fica insuportavelmente romântico e sentimental? Numa hora dessas, ninguém liga para pessoas estranhas. Comoção a gente divide com gente de confiança. Somos ridículos apenas com quem nos conhece muito bem.
Claro, nós não ligamos para uma única pessoa na vida. Temos vários interlocutores, para diferentes situações. Às vezes precisamos da franqueza de um amigo, outras vezes do apoio incondicional da mãe ou de um irmão. Quando os filhos crescem é gostoso dividir com eles coisas importantes, assim como ouvi-los em casa de dúvida. Quanto maior for essa agenda essencial, quanto maior o número de pessoas para quem se possa dar um telefonema íntimo, melhor. A minha impressão, porém, é que mesmo a família acolhedora ou amizades sólidas não substituem a cumplicidade de uma parceira emocional. Ter alguém especial para quem ligar faz toda a diferença – sobretudo quando as coisas parecem estar caindo sobre a nossa cabeça.
Na única vez que eu estive na China, anos atrás, houve um terremoto. Acordei com a cama sacudindo e percebi, apavorado, que o quarto inteiro do hotel tremia. Eu estava acima do 20º andar e pude ver o mundo balançando pela moldura da janela. Não recomendo a experiência. A coisa durou alguns terríveis segundos e cessou de repente. Alívio. Minha primeira reação, sentindo que tinha escapado da morte, foi sentar na cama e ligar para a ex-mulher, que estava no Brasil. Ela ouviu por três segundos e me interrompeu com uma ordem: “Larga esse telefone e corre pra rua! Pode ter outro terremoto logo em seguida!” Era uma criatura prática... Eu tinha ligado para dizer o quanto ela era importante, mas nem foi preciso. O ato de telefonar já dizia tudo, mesmo que eu não tivesse aberto a boca.

Ivan Martins

domingo, 2 de outubro de 2011

A vida que segue

É bom saber que tenho a capacidade de ousar.
De acreditar que posso. De ter coragem!
Sexta-feira terminei uma "etapa". Por decisão minha. Experiência que valeu muito a pena e me fez mais forte profissionalmente. É a minha vida que segue... E sou eu que dito as regras.

Vale postar essa foto, linda "diga-se de passagem", como uma lembrança cravada em mim e que não foi fácil decidir. Mas necessário.

Continuo a seguir. Feliz!